segunda-feira, 12 de março de 2012

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Atualizado em segunda-feira, 12 de março de 2012 - 09h48

Governo tenta frear valorização do real

Ministério da Fazenda eleva de três para cinco anos a cobrança de 6% do IOF nas operações de câmbio
Mantega afirmou que não assistiria impassível à guerra cambial  / Marcello Casal Jr./ABr Mantega afirmou que não assistiria impassível à guerra cambial Marcello Casal Jr./ABr

Decreto publicado hoje no Diário Oficial da União eleva de três para cinco anos a cobrança de 6% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir dessa data, para ingresso de recursos no país (empréstimos externos).

No dia 1º, o governo já tinha elevado de dois para três anos o prazo para a incidência do imposto nos empréstimos externos. Na prática, isso significa que o dinheiro terá de ficar mais tempo no país para evitar a taxação.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tinha avisado que o governo iria adotar medidas para defender o real e que a equipe econômica não ficará assistindo à guerra cambial de forma impassível.

De acordo com o decreto, a medida vale “nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir de 12 de março de 2012, para ingresso de recursos no país, inclusive por meio de operações simultâneas, referentes a empréstimo externo sujeito a registro no Banco Central, contratado de forma direta ou mediante emissão de títulos no mercado internacional com prazo médio mínimo até 1.800 dias: 6%”.

Medidas

No ano passado, o governo já havia anunciado a cobrança de IOF nessas operações de empréstimos de empresas e bancos no exterior. Inicialmente, ficou estabelecido que operações com menos de 360 dias pagariam IOF. Depois, o prazo foi estendido para 720 dias (dois anos). Na época, a ideia do governo era não só conter a queda da moeda, mas também a excessiva oferta de crédito na economia brasileira.

A valorização excessiva do real prejudica as exportações, pois os produtos brasileiros ficam mais caros no exterior. Desta forma, fica mais difícil a venda nos mercados estrangeiros que, diante da crise, têm desvalorizado muitas vezes superficialmente suas moedas. Por outro lado, afeta a indústria nacional que tem dificuldade de concorrer com produtos estrangeiros cada vez mais baratos diante da desvalorização do dólar.


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