Políticos comentam carta de Temer a Dilma; veja repercussão
Na carta, peemedebista disse que no primeiro mandato foi 'vice decorativo'.
Presidente do PDT fala em 'oportunismo'; peemedebistas desconversam.
Após o presidente nacional do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff na qual apontou episódios que demonstrariam a "desconfiança" que o governo tem em relação a ele e ao PMDB, políticos de diferentes repercutiram nesta terça-feira (8) o teor do documento.
A mensagem, segundo a assessoria da Vice-Presidência, foi enviada em "caráter pessoal" à chefe do Executivo e, nela, Temer não "não propôs rompimento" com o governo ou entre partidos, mas defendeu a "reunificação do país". Em um trecho, Temer escreve que passou o primeiro mandato de Dilma como um "vice decorativo" e diz que perdeu "todo protagonismo político" que teve no passado.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse ao G1 ter achado "estranho" o conteúdo da carta e afirmou que o documento "cheira a oportunismo", o que, na opinião de Lupi, não combina com Temer.
Alguns integrantes do PMDB, por outro lado, evitaram fazer comentários diretos sobre o teor da carta e relataram que este é um assunto entre Dilma e Temer.
Veja abaixo a repercussão política da carta de Temer a Dilma:
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT
"Eu já começo me perguntando, quem é que confia inteiramente no PMDB? O PMDB é como uma federação, cada estado tem uma realidade e você tem, dentro do PMDB, o que apoiou a Dilma e o que apoiou o Aécio. Então, outra coisa que pergunto: de qual PMDB ele fala na carta? Acho que ele está atrasado. Afinal, se no primeiro mandato ele ficou como vice figurativo, por que aceitou ser vice outra vez? Neste momento, me parece oportunismo e isso não é coerente com o histórico do Michel Temer. Agora, a população não é boba e está vendo como o processo está se dando. Ele é o principal beneficiário dessa história, isso é inegável. Está tudo muito estranho e isso me cheira a oportunismo."
"Eu já começo me perguntando, quem é que confia inteiramente no PMDB? O PMDB é como uma federação, cada estado tem uma realidade e você tem, dentro do PMDB, o que apoiou a Dilma e o que apoiou o Aécio. Então, outra coisa que pergunto: de qual PMDB ele fala na carta? Acho que ele está atrasado. Afinal, se no primeiro mandato ele ficou como vice figurativo, por que aceitou ser vice outra vez? Neste momento, me parece oportunismo e isso não é coerente com o histórico do Michel Temer. Agora, a população não é boba e está vendo como o processo está se dando. Ele é o principal beneficiário dessa história, isso é inegável. Está tudo muito estranho e isso me cheira a oportunismo."
Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado
"É difícil fazer uma avaliação sobre o conteúdo da carta neste momento porque só tomei conhecimento do conteúdo por meio da imprensa. É difícil fazer uma avaliação sem ouvi-lo sobre isso. O que está ali é uma avaliação pessoal do vice-presidente que foi escrita em uma carta endereçada à presidenta. Este é um assunto entre ele e ela, e só cabe aos dois falar sobre o assunto."
"É difícil fazer uma avaliação sobre o conteúdo da carta neste momento porque só tomei conhecimento do conteúdo por meio da imprensa. É difícil fazer uma avaliação sem ouvi-lo sobre isso. O que está ali é uma avaliação pessoal do vice-presidente que foi escrita em uma carta endereçada à presidenta. Este é um assunto entre ele e ela, e só cabe aos dois falar sobre o assunto."
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Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), deputado federal
"Não acho que é um rompimento. Acho que a carta do Michel foi para restabalecer verdades. A presidenta Dilma estava querendo se vitimizar e colocar Michel, constranger Michel a assumir uma posição contra o impeachment. Michel, como vice, não tem que ser nem contra nem a favor de impeachment. Ele tem que cumprir seu dever constitucional, que é caso haja impedimento da presidenta, ele assumir a Presidência da República. Com toda certeza, a partir da própria carta do presidente Michel Temer, ele que é o presidente do PMDB, quando ele demonstra insatisfações, logicamente ele vai atrair a solidariedade de muitos colegas. Se não existisse Michel, com certeza o partido não teria feito a aliança [com o PT] nas últimas eleições."
"Não acho que é um rompimento. Acho que a carta do Michel foi para restabalecer verdades. A presidenta Dilma estava querendo se vitimizar e colocar Michel, constranger Michel a assumir uma posição contra o impeachment. Michel, como vice, não tem que ser nem contra nem a favor de impeachment. Ele tem que cumprir seu dever constitucional, que é caso haja impedimento da presidenta, ele assumir a Presidência da República. Com toda certeza, a partir da própria carta do presidente Michel Temer, ele que é o presidente do PMDB, quando ele demonstra insatisfações, logicamente ele vai atrair a solidariedade de muitos colegas. Se não existisse Michel, com certeza o partido não teria feito a aliança [com o PT] nas últimas eleições."
Luiz Fernando Pezão (PMDB), governador do Rio de Janeiro
"Não tenho poder nenhum para mediar uma conversa entre os dois e não acredito que o Temer esteja se afastando. Não acredito na ruptura. Minhas posições são claras e acho que o impeachment é um desserviço num momento de tão grande crise. O PMDB ajudou a eleger a presidente e agora tem de ajudar a governar. Mas esse é um problema que tem de ser mediado em Brasília. Vocês nunca vão me ver incendiando. Sou um homem de diálogo, de consenso. [...] O vice foi muito utilizado. Cada governante dá a utilização que quiser. Se ela não quis... Mas ela sempre o ouviu. Vice é para ajudar a governar."
"Não tenho poder nenhum para mediar uma conversa entre os dois e não acredito que o Temer esteja se afastando. Não acredito na ruptura. Minhas posições são claras e acho que o impeachment é um desserviço num momento de tão grande crise. O PMDB ajudou a eleger a presidente e agora tem de ajudar a governar. Mas esse é um problema que tem de ser mediado em Brasília. Vocês nunca vão me ver incendiando. Sou um homem de diálogo, de consenso. [...] O vice foi muito utilizado. Cada governante dá a utilização que quiser. Se ela não quis... Mas ela sempre o ouviu. Vice é para ajudar a governar."
Paulo Bauer (SC), vice líder do PMDB no Senado
"O desabafo do vice-presidente demonstra que a presidente da República não tem habilidade política sequer para contar com o apoio de quem foi eleito ao seu lado na campanha de 2014. O vazamento do teor da carta deixa claro que a rotina no Palácio do Planalto é tomada pela intriga e pela desconsideração, que caminham juntas. É um rompimento explícito de Temer com Dilma."
"O desabafo do vice-presidente demonstra que a presidente da República não tem habilidade política sequer para contar com o apoio de quem foi eleito ao seu lado na campanha de 2014. O vazamento do teor da carta deixa claro que a rotina no Palácio do Planalto é tomada pela intriga e pela desconsideração, que caminham juntas. É um rompimento explícito de Temer com Dilma."
Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado
"A carta de Michel Temer é uma declaração a favor do impeachment de Dilma. Sem rodeios."
"A carta de Michel Temer é uma declaração a favor do impeachment de Dilma. Sem rodeios."
Vicentinho (PT-SP), deputado federal
"Ontem, eu fiz um pronunciamento na Câmara manifestando minha maior confiança de que ele não trairia a presidenta e não se juntaria ao golpe. Esta carta, e eu a li na íntegra, constata, em que pesem as reclamações, não é motivo para separação. Não acho que ele vai para o golpe, a menos que ele esteja plantando uma justificativa. Mas, se ele for para o golpe, os argumentos ali são frágeis. O que ele falou, se resolve. Agora, claro, seria melhor que eles tivessem tido essa conversa pessoalmente ou que ele reclamasse daquelas coisas na época, não juntando tudo em uma carta. Agora podem acontecer duas coisas: eles sentam para conversar, o que é o melhor caminho, ou ele fortalecerá a bancada que quer o impeachment."
"Ontem, eu fiz um pronunciamento na Câmara manifestando minha maior confiança de que ele não trairia a presidenta e não se juntaria ao golpe. Esta carta, e eu a li na íntegra, constata, em que pesem as reclamações, não é motivo para separação. Não acho que ele vai para o golpe, a menos que ele esteja plantando uma justificativa. Mas, se ele for para o golpe, os argumentos ali são frágeis. O que ele falou, se resolve. Agora, claro, seria melhor que eles tivessem tido essa conversa pessoalmente ou que ele reclamasse daquelas coisas na época, não juntando tudo em uma carta. Agora podem acontecer duas coisas: eles sentam para conversar, o que é o melhor caminho, ou ele fortalecerá a bancada que quer o impeachment."
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